terça-feira, 20 de outubro de 2009

Basilisk

Finalmente acabei de ver Basilisk, não sem adormecer em mais que um episódio pelo meio, mas vi, aguentei! O mais incrível é que esta é daquelas séries que se tivesse uns 7 ou 8 episódios contava a história na mesma e para além de deixar de ser chata, tinha bom potencial para ser até uma série interessante. Digo isto porque os últimos episódios, em que finalmente a história desenvolve, atinge o clímax e chega à conclusão, foram bastante interessantes.

Basicamente Basilisk é uma lição de como tornar uma história interessante, com uma boa intriga numa série chata que é apenas um desfilar de criaturas ninja grotescas a exibir os seus poderes irreais para serem mortas logo a seguir. O tempo que esta série perde em batalhas atrás de batalhas é inacreditável e creio que nem o fã mais ferrenho de artes marciais veja algum interesse nelas porque são demasiado irreais e demasiado curtas.

Nos últimos episódios a conclusão chega a ser emocionante mas é previsivelmente mais uma história de Romeu e Julieta sem fazer jus ao original de Shakespeare.

Os gráficos, embora muito elaborados e cheios de efeitos não me convenceram pelo seu exagero que nem a manga shoujo mais barroca dos anos 70 atinge. Esta série deixa sempre uma sensação enorme de insatisfação, por deixar perceber que tem uma boa base, bons meios, bom orçamento e que foi muito mal aproveitada em prol de razões que custo a compreender. Tudo é bem melhor no mangá.

Bamboo Blade


Bamboo Blade é uma série que se vê bem, mas sem grandes emoções. Realmente não fora o meu interesse pelo kendo, talvez nem sequer tivesse sabido da existência dela. Mas, apesar de discreta, não é uma má série e, dentro do anime que não costumo ver, até que foi uma pequena surpresa.

A primeira grande qualidade de Bamboo Blade está no kendo. Todas as sequências, sejam elas de treino ou combates exaltados, demonstram uma pesquisa muito bem feita e um profundo conhecimento da arte marcial e do seu quotidiano no contexto de um clube de escola secundária japonesa. A animação é bem feita, as sequências bem coreografadas e não abusa do "efeito especial anime de desporto" (=raios luminosos, capacidade sobrehumanas, etc.), filmando o kendo como seria muito complicado de fazer em imagem real, mas mantendo um estilo realista. Aliás mal seria deles se representassem mal essa faceta, seja por o kendo ser considerada a arte marcial mais popular e nobre do Japão, seja pelo facto de ser um dos desportos mais praticados nas escolas secundárias japonesas.

A outra grande qualidade de Bamboo Blade é a analogia das 5 garotas do Clube de Kendo da Escola Muroe a personagens de um supersentai (Red - Tama-chan, Yellow - Kirino, Blue - Saya, Pink/Black - Mya Mya, Green - Satorin) e a sua ligação ao fanatismo pelas mesmas de Tama-chan. Esse lado e todo o lado de comédia poderia ser mais explorado e ter piadas mais acutilantes, acabando por se contentar com um humor brando, que não vai muito além das paredes do dojo. É pena.

Fica a série dentro da série, o supersentai Blade Braver, com os Bravers (de onde se basearam os alter-egos das meninas), o anti-herói Shinaider e a sua sidekick Shinai Girl! Só os nomes valem a pena! Depois de vermos imagens de Blade Braver só dá para dizer: um sentai com o tema de kendo, como ainda não tinham pensado nisso??

A personagem de Tama-chan (Kawazoe Tamaki) é a mais explorada e a mais intrigante. Tamaki é uma garota tímida e introvertida, exceto quando pratica kendo onde é surpreendentemente invencível e feroz. Tama-chan vive num universo fechado, entre o dojo da família e as séries que grava religiosamente no gravador de DVDs e, com a inscrição no clube de kendo da escola, abre-se para travar amizade com os restantes colegas do clube. Não é grande aprofundamento, mas numa série de comédia temática bastante ligeira não deixa de ser um ponto interessante.

Ficam pequenas lembranças de momentos com alguma graça de um anime que mostra com bastante o quotidiano de uma escola secundária, um clube de kendo e as relações de amizade e rivalidade que se vão estabelecendo neste contexto.

Chi's Sweet Home



Já terminei de ver esta série há uns dias, mas tenho andado mesmo ocupado e daí o atraso no post.

Nos últimos 10-15 episódios de Chi's Sweet Home o problema, sempre presente, de serem proíbidos os animais de estimação no prédio dos Yamada começou a tomar maior relevância para dominar os últimos episódios. Talvez por causa disso há uma clara aceleração das pequenas aprendizagens do dia-a-dia de Chi, especialmente as felinas com o gatarrão preto. No final a história deixa de ser uma pequena crónica do quotidiano da pequena Chi para tomar novas formas, mais romanescas, de drama com uma forte continuidade.

Uma tal, mas lógica, transformação da narrativa, especialmente tratando-se este de um anime de episódios de 3 minutos, poderia prever um descarrilamento da qualidade, mas em vez disso simplesmente mudou o tom e trouxe à tona aquela pedra no sapato de desde o início assombrava a vida de Chi e dos Yamada.

Por mais que eu desejasse continuar a ver as aventuras de Chi, teria sempre de haver um desfecho e este foi muito bem resolvido e satisfatório, o que atesta mais uma vez a qualidade desta série. Chi's Sweet Home comprova que um bom anime não é forçosamente feito de cenários mágicos ou irreais, cheios de efeitos especiais mas que acabam por ser apenas visual com a adição de um êxito de J-Pop no genérico. Chi's Sweet Home segue uma permissa muito simples, histórias pequenas e pouco rebuscadas mas emocionantes e, no total dos seus 104 episódios uma estrutura narrativa equilibrada, esforçando-se e conseguindo manter a qualidade prometida inicialmente. Para amantes de gatos, mas não só!

domingo, 26 de abril de 2009

Akage no Anne


Dentro da exploração que são algumas edições de séries de anime, em julho de 2007 começou a ser editada a série Akage no Anne, ou, no título português, Ana dos cabelos ruivos.


É uma história muito engraçada do percurso de uma órfã que de peculiar tem muito mais que os cabelos ruivos. Os livros acompanham praticamente toda a vida dela, a série televisiva, com algumas diferenças, quase tudo e o anime apenas até Anne se formar e regressar à sua terra natal. Mesmo assim, o anime está muitíssimo bem adaptado, com poucas alterações "criativas", mantendo intacto o espírito dos livros. Apesar de ser uma produção da Nippon, com o character design 'tipo Ghibli', um pouco simplificado, é, mesmo assim, um anime contagiante, daqueles de que se espera(va) ansiosamente uma semana para ver o episódio seguinte.


Infelizmente estas edições da Altaya têm o entrave de servirem para explorar os paizinhos que querem arranjar uns desenhos animados para entreter as crias... É sempre um roubo, ora vejamos: São 25 DVDs, com 2 episódios cada (sem extras que mereçam menção) e se forem todos ao preço do primeiro (€2,50), que normalmente não o são, fica a coleção da série completa na módica quantia de €62,5, o que não é nada barato, principalmente se tivermos em conta que a caixa das 4 séries completas dos Monty Phython's Flying Circus (uma espécia de Casseta e Planeta. Destaque para os ótimos filmes "A vida de Brian" e "Em Busca do Cálice Sagrado"), com 45 episódios de 25 minutos (em caixas fininhas de 6 episódios cada) custa €40. Além de sair caro, 25 DVDs de caixas normais ocupam imenso espaço!


Só não percebo, da informação disponível no site da Altaya, se os DVDs, para além da óbvia dublagem portuguesa (que, espero que seja a mesma que passou na TV, pois era muito boa) têm também a muito pouco provável versão original em japonês, com legendas em português.

Aishite Night

No começo, notei que a história deste anime se passava em Osaka ou na região de Kansai, pois logo no primeiro episódio aparece o restaurante Mambou, de Okonomiyaki, comida típica dessa região, Go compra Takoyaki, outro prato típico da região, para o jantar com Hachizou e Shigemaru, o pai de Yakko, tem uma pronúncia e vocabulário de Kansai (Kansai-ben). Mas ao longo da série vamos tendo comprovativos de que afinal a história se passa em Tóquio ou na zona de Kantou. A primeira coisa que me levou a desconfiar foi na primeira ausência de Go por causa de um concerto em Osaka. Yakko leva Hachizou à estação, para se despedirem, e eles partem de Shinkansen (trem-bala). Se vivessem na zona de Kansai não se justificava irem de Shinkansen. Mais tarde vê-se uma silhueta da Tokyo Tower à noite, mas como não era muito clara podia tratar-se de outra torre semelhante (e há muitas no Japão), mas quando Go vai por uma semana para perto do Fuji-san (Monte Fuji) e Hachizou olha para o Fuji-san no horizonte com saudades, não tive dúvidas. Com isto ficou claro que se o anime não se passa em Tóquio, passa-se nos arredores, pois o Fuji-san não está suficientemente perto para se ver ao longe na região de Kansai e ainda temos nos últimos episódios claramente a fachada de tijolo da Tokyo Eki (estação central de comboios de Tóquio).

Já me tinha pronunciado de que não aprecio lá muito as canções dos BeeHive, uma das razões é porque são dos anos 80! Aliás quase tudo neste anime é pronunciadamente anos 80. Como costumo dizer, infelizmente só o pior dos anos 80 é que voltou, rever este anime me da a mesma sensação. As canções são mesmo o estilo de música que não ouvia naquela época nem que me pagassem, e as roupas, os penteados e algumas situações são mesmo datados. Não que não tenha a sua piada, é um anime kitsch e datado, com isso vale o que vale e não deixa de ser viciante e bom de se ver. Até me parece que se não fosse tão datado perdia a graça. Pesquisando um bocadinho na net, descobri que o renomado Joe Hisaishi colaborou na composição das canções!! Aliás não é o único famoso neste anime, para além da mangaka, Kaoru Tada, também Shingo Araki colaborou no character design (assim se explica muito porque gosto deste anime).




Continuando nas canções, acho que este é o anime que vi com maior razão de engrish ou palavras em inglês misturadas com japonês, a começar pelo título: Aishite Night. Existem algumas dúvidas se não será Aishite Knight, mas eu não tenho nenhuma:Logo nos primeiros episódios, Go veste um colete que diz nas costas Love Night, como aishite quer dizer amor ou amar, faz todo o sentido. Mas não é só o título, qualquer das canções dos BeeHive tem uma mistura de inglês com japonês, "Freeway, Freeway, rokuju ga iru..." [Freeway, Freeway, estão cá sessenta...], "Baby, onna no me o mirou..." [Baby, vejo os olhos da mulher], "I love you, machi o..." [I love you, pela cidade...] ou "Tatoeba twilight" [Talvez twilight]. Soa esquisito em português? Em japonês também!




Ver Aishite Night não teve grandes diferenças da outra vez (há mais de 1 ano), fora o fato de antes ter visto a série em italiano e agora em japonês. Apenas uma coisa mudou, não me senti tão envergonhado por estar a gostar de um anime assim, foi só da primeira vez ;) .Agora olho para este anime como uma espécie de antepassado de NANA, aliás, se for analisar as origens de ambos, a inspiração das autoras é semelhante. Tanto Kaoru Tada como Ai Yazawa gostam de música e resolveram transpô-la para seus mangaa. A grande diferença é que Ai Yazawa tem um melhor fashion sense que Kaoru Tada (mas já chega de martelar nos anos 80). Ambos os animes são histórias dramáticas e românticas, que se poderiam desenrolar na nossa vizinhança, pontuadas por atuações dos grupos rock/pop de cada um. Como formato é engraçado e interessante, torna o anime menos telenovela e mais animado. Se houvesse mais exemplos, talvez a variedade e qualidade da música fossem maiores.

Afro Samurai


A história do anime se passa em um "Japão Feudal Futurístico", onde, aquele que conseguir a bandana simbólica de "Número Um", irá comandar o mundo, como um "deus". Alguem se torna o Número Um matando o antigo Número Um e tomando sua bandana. Entretanto, somente aquele que tiver a bandana de "Número Dois" tem direito de desafiar o Número Um. Por sua vez, qualquer um pode desafiar o Número Dois. Quando criança, Afro teve seu pai (que era o Número Um) assassinado bem em sua frente por um pistoleiro, "Justice" (antigo Número Dois) e passou a ser o Número Um. Agora Adulto, Afro Samurai, é o atual Número Dois, e viaja pelo mundo em busca de vingança, pelo atual Número Um que matou seu pai.
Download de Episódios (não sei se são todos, porque só encontrei esses)
01 - Revenge
Formato: mp4
Download aqui
02 - The Dream Reader
Formato: mp4
Donwload aqui
03 - The Empty Seven Clan
Formato: mp4
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04 - Duel
Formato: mp4
Donwload aqui
05 - Justice
Formato: mp4
Download aqui
Sites:

Akira Toriyama


Você já deve ter visto este nome em um desenho na tv, não? Talvez o nome "Dragon Ball" seja familiar...

Akira Toriyama nasceu em 5 de abril de 1955 na região de Aichi. Estreou-se em 1978 com a história Wonder Island publicada na Weekly Shonen Jump, e conquistou a fama com Dr. Slump, publicada semanalmente na Shonen Jump de 1980 a 1984. Provavelmente Toriyama destaca-se como mangaka principlamente por ser o autor da famosa série Dragon Ball (a segunda parte do manga em diversos países é conhecida como Dragon Ball Z para reduzir a confusão do público).
Essa série é conhecida como um dos eixos para o que foi conhecido como a Era Dourada da Jump. Seu sucesso "forçou" Toriyama a trabalhar no Dragon Ball de 1984 a 1995. Durante esse período de onze anos, ele produziu 42 volumes. Cada volume tem uma média de 200 páginas,
de maneira que todos os volumes de Dragon Ball se extende por quase 10,000 páginas. Além disso, o successo de Dragon Ball levou a uma série de animes, filmes de longa-metragem, jogos para vídeo-games, e uma mega-merchandising (Action Figures, Playing Cards, entre outros).O seu traço simples e senso de design levaram-no a trabalhar em vários projetos, como criar personagens para a fenomenal e popular série de vídeo-games Dragon Quest. Ele também serviu como designer de personagens para o RPG Chrono Trigger, da Super Famicom, lançado para o Super Nintendo e o popular jogo de luta Tobal No. 1, lançado para o PlayStation, e continua a produzir algumas histórias ocasionais de manga. Os seus trabalhos depois de Dragon Ball foram histórias curtas (100-200 páginas), incluindo Cowa!, Kajika, Sandland, e alguns one-shots, como a paródia Neko Maji Z.

Sites:
Dragon Ball - Site Oficial
Dragon Ball Evolution - Site Oficial do Filme