
No começo, notei que a história deste anime se passava em Osaka ou na região de Kansai, pois logo no primeiro episódio aparece o restaurante Mambou, de Okonomiyaki, comida típica dessa região, Go compra Takoyaki, outro prato típico da região, para o jantar com Hachizou e Shigemaru, o pai de Yakko, tem uma pronúncia e vocabulário de Kansai (Kansai-ben). Mas ao longo da série vamos tendo comprovativos de que afinal a história se passa em Tóquio ou na zona de Kantou. A primeira coisa que me levou a desconfiar foi na primeira ausência de Go por causa de um concerto em Osaka. Yakko leva Hachizou à estação, para se despedirem, e eles partem de Shinkansen (trem-bala). Se vivessem na zona de Kansai não se justificava irem de Shinkansen. Mais tarde vê-se uma silhueta da Tokyo Tower à noite, mas como não era muito clara podia tratar-se de outra torre semelhante (e há muitas no Japão), mas quando Go vai por uma semana para perto do Fuji-san (Monte Fuji) e Hachizou olha para o Fuji-san no horizonte com saudades, não tive dúvidas. Com isto ficou claro que se o anime não se passa em Tóquio, passa-se nos arredores, pois o Fuji-san não está suficientemente perto para se ver ao longe na região de Kansai e ainda temos nos últimos episódios claramente a fachada de tijolo da Tokyo Eki (estação central de comboios de Tóquio).
Já me tinha pronunciado de que não aprecio lá muito as canções dos BeeHive, uma das razões é porque são dos anos 80! Aliás quase tudo neste anime é pronunciadamente anos 80. Como costumo dizer, infelizmente só o pior dos anos 80 é que voltou, rever este anime me da a mesma sensação. As canções são mesmo o estilo de música que não ouvia naquela época nem que me pagassem, e as roupas, os penteados e algumas situações são mesmo datados. Não que não tenha a sua piada, é um anime kitsch e datado, com isso vale o que vale e não deixa de ser viciante e bom de se ver. Até me parece que se não fosse tão datado perdia a graça. Pesquisando um bocadinho na net, descobri que o renomado Joe Hisaishi colaborou na composição das canções!! Aliás não é o único famoso neste anime, para além da mangaka, Kaoru Tada, também Shingo Araki colaborou no character design (assim se explica muito porque gosto deste anime).
Continuando nas canções, acho que este é o anime que vi com maior razão de engrish ou palavras em inglês misturadas com japonês, a começar pelo título: Aishite Night. Existem algumas dúvidas se não será Aishite Knight, mas eu não tenho nenhuma:Logo nos primeiros episódios, Go veste um colete que diz nas costas Love Night, como aishite quer dizer amor ou amar, faz todo o sentido. Mas não é só o título, qualquer das canções dos BeeHive tem uma mistura de inglês com japonês, "Freeway, Freeway, rokuju ga iru..." [Freeway, Freeway, estão cá sessenta...], "Baby, onna no me o mirou..." [Baby, vejo os olhos da mulher], "I love you, machi o..." [I love you, pela cidade...] ou "Tatoeba twilight" [Talvez twilight]. Soa esquisito em português? Em japonês também!
Ver Aishite Night não teve grandes diferenças da outra vez (há mais de 1 ano), fora o fato de antes ter visto a série em italiano e agora em japonês. Apenas uma coisa mudou, não me senti tão envergonhado por estar a gostar de um anime assim, foi só da primeira vez ;) .Agora olho para este anime como uma espécie de antepassado de NANA, aliás, se for analisar as origens de ambos, a inspiração das autoras é semelhante. Tanto Kaoru Tada como Ai Yazawa gostam de música e resolveram transpô-la para seus mangaa. A grande diferença é que Ai Yazawa tem um melhor fashion sense que Kaoru Tada (mas já chega de martelar nos anos 80). Ambos os animes são histórias dramáticas e românticas, que se poderiam desenrolar na nossa vizinhança, pontuadas por atuações dos grupos rock/pop de cada um. Como formato é engraçado e interessante, torna o anime menos telenovela e mais animado. Se houvesse mais exemplos, talvez a variedade e qualidade da música fossem maiores.